Petista confirmou fragilidade política ao manter ministro Juscelino Filho; “Orçamento secreto 2.0” é ferramenta para mudar cenário
Consideradas “muito graves” pela Transparência Internacional, órgão mundial criado com o propósito de combater a corrupção e atividades criminosas, a conduta do Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, passou uma mensagem sobre a fragilidade da base governista no Congresso.
A decisão de Lula sobre manter ou não Juscelino no cargo foi aguardada com atenção por petistas e pela oposição, mas Lula decidiu manter o ministro.
Indicado pelo União Brasil, partido rachado entre o bolsonarismo radical e com parlamentares mais ao centro, Juscelino é peça-chave para garantir ou mesmo pavimentar a construção de apoio para aprovação de Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) na Câmara dos Deputados.
A manutenção de Juscelino no cargo ainda expõe que mesmo o União Brasil não fechando apoio ao governo, os dissidentes são valiosos para Lula, ainda que tenham envolvimento em práticas criminosas. Foi essa a mensagem transmitida, mesmo com as reprimendas feitas pelo Presidente sobre o uso da estrutura pública para benefício pessoal.
Caso siga a tendência do caso Juscelino, espera-se que o governo trabalhe para construir uma base mais forte usando de cargos e indicações para Conselhos, Diretorias e Comissões importantes. Algo natural para um governo de coalização em um regime presidencialista, mas que esbarra no discurso de Lula que diz não ceder a chantagens.
Cabe lembrar ainda que em 2023 Lula terá o maior orçamento da história da União para angariar esses apoios e superar a divisão política que pode paralisar seu governo. Chegou a hora da real política.