A Covid-19 surgiu no ano passado na China e já matou milhares de pessoas no mundo e também no Brasil, desde os mais velhos, por já terem uma imunidade mais baixa, até os mais novos, que apesar do sistema imunológico mais resistente, não conseguiram vencer o vírus.
O fato surpreendeu não somente a todos nós, mas os médicos e demais profissionais da área da saúde, sobretudo, órgãos do setor, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), que de imediato adotou como medida principal para a proteção da população o isolamento social.
Isolar toda a população em casa se tornou um problema para alguns países, onde a vida e a economia passaram a ser questionadas, com o intuito de saber qual delas é a mais importante. O prefeito de Milão, cidade italiana que fica na região da Lombardia, área mais afetada da Itália, seguiu a linha defensora dos problemas econômicos que surgiriam no futuro. Porém, acabou se tornando exemplo de irresponsabilidade ao incentivar as pessoas a não deixarem de levar a vida normalmente. No entanto, como o tempo confirma a certeza de nossas ações, Giuseppe Sala, veio a público pedir desculpas pelos mais de 4.000 corpos empilhados.
Aqui no Brasil, além da demora em adotar medidas para conter o vírus, aquele que deveria ter uma postura digna e de um líder para ocupar a cadeira de presidente, Jair Messias Bolsonaro (Sem Partido), desde o começo da séria e catastrófica pandemia mundial, minimizou os efeitos da Covid-19, tendo como alegação principal problemas com a economia.
Alguns estados começaram por conta própria a decidir o seu futuro, a exemplo disso está São Paulo, região que começou a registrar uma curva rápida e crescente de casos de coronavírus. Questionado pelos decretos de suspensão do comércio e demais atividades do cotidiano, João Dória (PSDB/SP), governador do Estado de São Paulo, declarou: “Estou fazendo o que ele não faz”, em uma clara referência ao presidente Jair Bolsonaro.
Em uma reunião por vídeo conferência com João Dória, Jair Bolsonaro contra atacou, dizendo que Dória tomou decisões que não eram da sua competência e que as eleições de 2022 subiram à cabeça do governador paulista.
Não satisfeito com a guerra que já havia se infiltrado também entre o povo brasileiro, em que a discussão gira em torno da vida e da economia, para saber qual é a mais importante, Bolsonaro fez um pronunciamento classificado por muitos, ao questionar o isolamento horizontal (todos ficam isolados independente de não fazer parte da população de risco), como sendo genocida. Isso aconteceu porque Bolsonaro propôs isolamento vertical (somente para população de risco) e para isso se utilizou do espaço concedido em cadeia nacional de Rádio e TV para incentivar o povo a sair para trabalhar. Para finalizar, criticou sem pudor algum, o trabalho da imprensa.
Cabe ressaltar que o isolamento horizontal é uma medida defendida, inclusive, pelo ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, nomeado por Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde. Completando esta ressalva, vemos ainda as contradições que o presidente, sempre que possível, fez ao seu ministro. Um exemplo disso é o que foi feito nas manifestações de 15/03, quando o presidente foi cumprimentar os manifestantes e seus apoiadores que estavam defendendo o governo. Recentemente, Bolsonaro contrariou mais uma vez as orientações de isolamento ao fazer um passeio pelo comércio de Brasília. Por conta de sua irresponsabilidade, pedidos de impeachment foram protocolados.
A queda de braço entre a vida e a economia ganhou mais vida, quando incentivados pelo representante máximo do atual governo. Empresários então se apoderaram de seus carros de luxo, suas bandeiras e camisas do Brasil e foram às ruas para protestar, demonstrando todo o seu “patriotismo”. Gritavam palavras de ordem, pedindo a reabertura do comércio, solicitando que as pessoas voltassem ao seu trabalho e suas atividades cotidianas, alegando que o Brasil não poderia parar e que a economia é mais importante, pois o país iria quebrar. Utilizaram ainda como ponto chave para seus argumentos os desprotegidos trabalhadores autônomos, que não possuem direitos assegurados pelas leis trabalhistas.
Quem em sua sã consciência imaginaria a classe empresarial indo às ruas “protestar?” Bem atípico não é mesmo? Mas claro, é muito fácil pegar uma caminhonete cabine dupla, ou uma Land Rover, por exemplo, e sair pelas ruas da cidade gritando por seus “direitos”. Mais fácil ainda, é ir trabalhar todos os dias em um carro confortável, com ar condicionado e longe de aglomerações. Melhor ainda é poder chegar na empresa e ir embora quando quiser, pois há quem faça todo o serviço. Será que os donos do dinheiro acordariam às 05:00 horas da manhã, por exemplo, para ir à sua empresa em um metrô ou ônibus? Será que adorariam se expor ao Coronavírus, como querem que a classe trabalhista faça? É muito fácil falar quando se tem uma casa ou apartamento enorme para se isolar, um meio de transporte seguro e alguém que deixe sempre o seu bolso cheio de dinheiro.
Não podemos fechar os olhos para os problemas que a economia terá em um futuro próximo, claro. No entanto, isso é um problema que o governo eleito terá que resolver! Do mesmo modo que o Ministério da Saúde apresentou medidas para preservar a vida, o Ministério da Economia precisa agir sem ter de colocar milhares de vidas à mercê da morte. Não cabe à população se expor ao risco para não deixar o país parado. Quem vale mais, o dinheiro, ou a vida? Estados Unidos e outros países criaram medidas econômicas para ajudar os autônomos, desempregados e a própria classe empresarial. Depois de muita demora, o governo brasileiro vai disponibilizar renda de até R$1.200,00 para os que precisam. Porém, ainda há quem defenda que a melhor maneira para lidar com os problemas é colocar, assim como disse o presidente: “Esse povo para trabalhar.”
Soluções para problemas econômicos não é da alçada do povo, é do governo. Para quê temos um Ministério da Saúde? Para contrariá-lo? Será que ainda não caiu a ficha para todas as pessoas sobre a letalidade do Coronavírus ou querem agir como o prefeito de Milão, na Itália? Depois dos corpos empilhados, quem se responsabilizará e virá pedir desculpas? A Covid-19 está mesmo fazendo a sociedade girar em 360 graus. Está mostrando as reais intenções de uns com os outros. Está revelando a face verdadeira de muitos patrões pelo país a fora. A quarentena está nos ensinando a reconhecer o que temos de mais valioso, a vida!
A professora de direito penal da USP, Gabriela Priolli, definiu bem, enquanto participava de um programa de debate de um canal de notícias da TV por assinatura, o momento atual ao dizer que o conhecimento científico não pode ser equiparado ao achismo. Portanto, para preservar a nossa vida na atual situação do devemos ouvir os médicos, infectologistas e autoridades de saúde. Políticos e apoiadores ultrajados do patriotismo com interesses única e exclusivamente econômicos deixamos para ouvir em um outro momento se julgarmos necessário, claro. Talvez em época de eleições, quando já estamos acostumados a ouvir a mesma música. Fiquemos em casa!
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