Novo selo da Warner Music Brasil enaltece o nordeste como potência cultural brasileira

Região é lar de ritmos que representam a mistura de gêneros, influências e culturas que compõem o Brasil

Considerada pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a terceira maior região do Brasil, ocupando uma área de 1,55 mi km² e abrigando uma população de 56,56 milhões de pessoas, o nordeste abriga uma fauna com 1.091 espécies de animais entre mamíferos, répteis, peixes, anfíbios e aves e uma flora de 1 mil espécies de plantas. Porém, a região também chama atenção pela sua ampla cultura musical.


Berço de gêneros como olodum, axé, xaxado, xote, baião, frevo e forró, o nordeste tem adquirido considerável notoriedade na música brasileira por ter lançado, nos últimos anos, variações do forró como a pisadinha e o piseiro. Tal evento despertou o interesse da Warner Music Brasil em desvendar esse novo terreno musical ainda em processo de colonização.



Cena do clipe de 'Monta Logo Vai', música do Mano Walter. Foto: reprodução da internet


A partir desse universo rítmico em ebulição, que também fez surgir a vaquejada, a WMB se uniu ao trio de produtores Mad Dogz para, em 25 de janeiro de 2022, fundar o EH Brasil, novo braço da gravadora que visa, novo braço da gravadora que visa divulgar, dentro do ambiente rítmico nordestino, as novas produções musicais de alcance massivo. “A gravadora nunca tinha fechado nenhum contrato com o gênero forró/piseiro”, lembra o diretor da EH Brasil, Vinícius V1. “Então quando se falou em atenção para a região foi por, nos últimos anos, esse gênero entrar em ascensão nas plataformas digitais”, explica.


De outro ângulo, o consultor de casting Rivas observa que o nordeste é um berço de músicas essencialmente brasileiras que agradam todo o Brasil independente da localidade. 
Para ele, o som que vem da região já não pode ser rotulado por regionalismos e o maior exemplo disso é o movimento da pisadinha, que deu origem, inclusive, ao piseiro, uma sonoridade que ganhou ouvintes por todo o país.

“É só observar o mercado e entender que o nordeste não é só um berço de novos talentos, é um caldeirão efervescente de novas tendências que transcendem a questão do artista individualmente”, avalia.

Cena de show de Os Barões da Pisadinha no Parque de Exposições de Cacoal (RO). Foto: reprodução da internet


No entanto, o EH Brasil não foi o único braço a ser lançado pelo conglomerado Warner Music recentemente. Em julho de 2021, houve também a criação da Gibson Records, selo parceiro da BMG e cujo primeiro lançamento foi o álbum 4, do Slash feat. Myles Kennedy & The Conspirators, anunciado em 11 de fevereiro.


Enquanto o Gibson Records trabalha com artistas usuários do baixo e das guitarras elétrica e acústica da marca, o EH Brasil cuida de uma grande fatia do mercado quando assimilado a gêneros, o que explica a projeção de confortável rentabilidade em seu primeiro ano de existência. “É seguro afirmar que a expectativa de faturamento a médio e longo prazo não é menor do que a dos grandes nomes consagrados do mercado nacional, como Wesley Safadão e Gusttavo Lima”, vislumbra Rivas.

Tanto com o Gibson Records quanto com o EH Brasil, a Warner Music mostra versatilidade na área de atuação. Afinal, enquanto um atende a veia do rock e suas variantes, o outro atende o forró e suas vertentes. A questão em voga, a partir daí, passa a ser o lugar que os gêneros musicais nordestinos ocupam na sociedade brasileira.

De um lado, o rock representa a contracultura, de outro, o pancadão, gênero que ocasionou a parceria entre Som Livre e Los Panchos em julho de 2020, simboliza a dança e o movimento de maneira a já ser considerado um gênero musical popular legítimo brasileiro. A música nordestina, por sua vez, traz uma significância cultural ampla.

De acordo com a comunicóloca e produtora musical
Laiza Kertscher, os ritmos do nordeste representam a mistura de gêneros, influências e culturas que compõem o Brasil. Para ela, a partir das letras e dos gêneros musicais do nordeste é possível navegar facilmente pela história e cultura do Brasil. “Por isso, acredito que o impacto desses ritmos seja trazer a memória dessa cultura para novos contextos”, reflete.