Entenda como a pandemia afetou a luta pela igualdade feminina

No dia 26 de agosto é comemorado o Dia Internacional da Igualdade Feminina e é importante lembrarmos dos obstáculos trazidos pela pandemia

Na data em que comemoramos o Dia Internacional da Igualdade Feminina (26/08), poucos são os motivos para celebração, visto que a pandemia causou danos comprometedores no que diz respeito às décadas de luta feminina.

Fatores como aumento do índice de desemprego, auxílio emergencial não compatível com a realidade das famílias brasileiras e, posteriormente, a sua suspensão, somados ao fechamento das escolas foram motivos que colaboraram para o agravamento da desigualdade social, sobretudo, das mulheres.

O que é o dia Internacional da Igualdade Feminina e qual a sua importância?

O Dia Internacional da Igualdade Feminina foi criado para celebrar asImagem: reprodução da internet conquistas das mulheres na sociedade e exigir a equidade de direitos entre os gêneros. A data, hoje comemorada mundialmente, teve início nos Estados Unidos e foi um marco da luta feminista por sufrágio feminino.

A comemoração da data é de suma importância para que seja possível relembrar e relatar as diferenças ainda existentes. Em dezembro de 2019, o relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial sobre a desigualdade de gênero analisou 153 países. A primeira colocação no ranking era ocupada pelo país menos desigual, entretanto, o Brasil ficou na 92.ª posição.

Dessa forma, fica nítido que ainda existe um caminho muito longo para ser percorrido na sociedade brasileira em busca da igualdade de gênero. Os principais tópicos dessa luta são: a constante violência contra a mulher e a desigualdade salarial, que é superior a 50% entre os mesmos cargos e empresas.

A pandemia como agravante

Com o surgimento da pandemia no Brasil, em março de 2020, houve uma mudança brusca de comportamento e hábitos sociais, impactando diretamente no estilo de vida e direito das mulheres.

Com o fechamento das escolas, do comércio, a implantação do trabalho remoto e o aumento na taxa de desemprego, as mulheres se viram reféns da tripla jornada (casa, trabalho e filhos) – ainda que as que tiveram sorte não perderam suas principais fontes de renda, o que para muitas aconteceu.

A pandemia impactou a vida profissional de mais da metade das mulheres, deixando-as fora do mercado de trabalho. A pesquisa Nacional por Amostra de domicílios contínua (PNAD), calculada pelo IBGE (instituto Brasileiro de Geografia Estatística) mostra que 8,5 milhões de mulheres ficaram fora do mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2020, em comparação ao mesmo período em 2019. Se tornando a menor taxa de participação em 30 anos de mulheres no mercado de trabalho.

Por que lutar?

Muitas conquistas brasileiras foram obtidas a partir de movimentos feministas: como o direito ao voto, a licença maternidade, o divórcio, a delegacia da mulher e a Lei Maria da Penha.

Mas, ainda assim, as mulheres enfrentam diariamente obstáculos que dificultam sua emancipação social e a equidade de gênero, como a sobrecarga nas tarefas domésticas, a pressão pela maternidade, a maternidade solo e a falta de oportunidade em altos cargos, agora ainda mais agravadas por conta da pandemia.

Acredita-se que precisarão de anos para recuperar os impactos causados pela pandemia, e só com o fim dela boa parcela das mulheres poderão retornar de maneira efetiva a trilhar os caminhos de sua vida profissional.

E, apesar da data ainda não ser tão conhecida como o Dia Internacional da Mulher, é igualmente sinônimo de luta e trabalho, com o propósito de tornar a sociedade mais justa e igualitária - agora mais do que nunca.