Clarty Galvão: entre a música e o teatro

Clarty Galvão vem encantando os palcos paulistas com sua arte no teatro e na música

Desde criança, Clarty Galvão já demostrava seu talento e interesse no mundo artístico. Sua trajetória iniciou-se com a interpretação de cantos sacros. Ainda criança, ela estudou dança clássica, contemporânea, afro-brasileira, jazz e teatral, além disso, aprendeu a tocar violão com o pai e órgão com mãe. Sua primeira apresentação ocorreu aos 6 anos de idade.

Entre um musical e outro, a artista também se dedica aFoto: Arquivo Pessoal música, como com os álbuns Cantos Contemporâneos, que foi premiado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, e Gemido de Mulher, disponível no Spotify. No teatro, Clarty deixou sua marca em diversos musicais, como em O homem de La Mancha, Hebe, Annie, Billy Elliot, Os direitos da criança, entre outros.

Nascida no município de Crato, no Ceará, hoje a artista encanta os palcos de São Paulo. O seu último musical em cartaz foi Escola do Rock, que foi encerrado no último domingo, dia 15 de dezembro.

Com bate-papo ligeiro e descontraído, Clarty conversou com a nossa equipe sobre a sua carreira e planos.

A seguir a entrevista completa:

O Prefacio: O apoio familiar é muito importante para a formação cultural de uma criança. Você teve influências artísticas na sua família?

Clarty Galvão: Muitas influências por parte dos meus familiares e da música popular brasileira com Noel Rosa, Clara Nunes, Roberto Carlos, Chico Buarque, Djavan, Tom Jobim, Edu Lobo, entre tantos brasileiros incríveis. Além da música clássica presente nos hinos da igreja de minha mama, a Congregação, que conta com orquestra, estudos de música e muita cantoria baseada em Beethoven, Chopin, Sibelius, Mozart, entre outros grandes músicos, compositores eruditos.

OP: Um de seus trabalhos na música foi Cantos Contemporâneos, ele chegou a ser premiado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Como foi a criação dele e as inspirações para a produção?

CG: Cantos Contemporâneos fala sobre a música brasileira e da América Latina por alguns de seus compositores; sempre tenho em mim que a união faz a força. As canções contam com Alberto Favero, Mário Benedetti, Jorge Drexler, Taiguara, Fernando Falcão e Daniel Taubkin, que musicou um dos tantos poemas de Thiago de Mello e Tom Jobim, canção que eu musiquei chamada “Nuvens douradas”.

OP: Em 2015 você lançou o álbum Gemido mulher, distribuído pela Tratore e disponível nas principais plataformas digitais.  Como foi o processo de escolha de repertório?  

CG: A escolha de repertório foi a partir das canções de Daniel Taubkin, Taiguara, Robertinho do Recife e Fausto Nilo, Zé Luiz Marmou e Carlos Garcia, Rita Sal e uma canção minha com parceiros.

OP: Essa canção que você citou é a Tambores, que contou com a colaboração de outros dois autores, na qual foi a única autoral do álbum. Você pretende se dedicar mais para a composição ou seu sonho sempre foi a interpretação?

CG: Priorizei gravar canções de outros compositores, mas tenho um disco no forno só com canções minhas e com parceiros.

OP: Além desse projeto que está em andamento, quais são os seus planos futuros?

CG: O disco com minhas canções e tenho também vários outros projetos com autores internacionais.

OP: Entrando agora no mundo do teatro, nos conte um pouco da sua trajetória nas artes cênicas.

CG: Em minha casa sempre fomos voltados às artes e o poder de realizar; conto com um diretor desde criança, meu amado irmão Baccic, que muito me influencia para seguir estudando, me desenvolvendo e progredindo. Ele me indicou professores adoráveis como o Vítor Philomeno e Ronnie, além de escolas de teatro.

O Teatro de Ópera de Pernambuco, em Recife, onde estudei, e a Fundação Joaquim Nabuco foram um portal em minha vida artística. Passei por diversas escolas para trazer o teatro musical para minha história, entre as quais destaco a Casa de Artes Operária, cursos de teatro contemporâneo no SESI/SP, cursos livres na GlobSP, curso de teatro Espaço Galpão, oficina de teatro e teatro musical com Osvaldo Gabrielli.

OP: Você atuou no musical Hebe como a mãe da apresentadora. Como foi atuar nesse papel?

CG: Uma vivência incrível! Dirigida pelo admirável e adorável Miguel Falabella, fomos costurando a vida dessa mulher, Dona Esther, que muito se doou para que Hebe pudesse galgar sua linda trajetória.

OP: Já no Billy Elliot, como foi a sua experiência?

CG: Billy... aiiii, como amo. Ser mulher de um minerador, em pleno turbilhão para fazer valer a sobrevivência com dignidade, com muito sofrimento do povo trabalhador do interior do Reino Unido, que se junta para ajudar o Billy a realizar o seu sonho de ser bailarino. Todos os esforços através da união das pessoas lograram êxito, Billy se torna um bailarino, e nós, com esperança renovada para seguir sonhando em união. Tudo isso pelas mãos sensíveis e amáveis de John Stefaniuk, nosso diretor em Billy Elliot Brasil.

Em Billy Elliot, também tive a honra de ser e viver a cover da vó de Billy, graças a dedicação, orientação e construção de personagem do Floriano Nogueira, o nosso diretor associado.

OP: O seu último musical foi Escola do Rock, como foi a sua experiência?

CG: Escola do Rock com suas crianças incríveis e o Artur Berges é de fazer sair do chão. Uma adorável experiência e vivência em minha vida poder atuar com tantos jovens talentosos, com a incrível direção de Mariano Detry e coreografias do adorável Philip Thomas.

Montagem: Marcella Nascimento / Fotos: Divulgação e arquivos pessoais